Quarta-feira, 27 de agosto de 2014.
Armação dos Búzios/RJ (0 km).
Um banho de água fria no mar de Armação dos Búzios, no Estado do Rio de Janeiro. O passeio de barco pela orla marítima foi uma maravilha, mas, nadar naquela água gelada não foi nada agradável. Este é o relato de mais um dia na Expedição Litoral Nordestino, uma viagem de moto que realizei sozinho pelo nordeste brasileiro durante o mês de agosto de 2014. Belíssimas paisagens foram vistas e muitas experiências foram vividas: da calmaria de um encantador pôr do sol em Jericoacoara/CE à fuga alucinada, na calada da noite, em Petrolina/PE... fortes emoções foram vivenciadas. Continue lendo para acompanhar a viagem.
A vida é uma viagem a três estações: ação, experiência e recordação. Júlio Camargo
Trajeto do dia
Imagem retirada da internet. Meramente ilustrativa.
"Quem né ucê"?
Olhei no relógio e era perto de 2h da madrugada. Obviamente que estava muito adiantado para o horário do passeio desse dia, que só sairia às 10h. Na verdade, o que aconteceu foi que acordei com mal estar. Talvez, por ter ido dormir com o estômago cheio logo depois de ter jantado. Pois, bem, teria que dar uma solução e rapidamente lembrei que em minha bolsa de remédios havia sal de frutas, então, fui até o estacionamento do hotel para pegá-lo. Algum tempo depois melhorei e voltei a dormir.
Horas mais tarde deixei a cama definitivamente. De café tomado, eram 9h15 quando chegou o táxi que eu havia solicitado. Não estava incluso no pacote do passeio de barco o traslado da pousada até o porto, então, tive que me virar. Fui deixado na praça central da cidade, localizada a menos de 10 minutos da pousada.
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Praça central em Armação dos Búzios/RJ. |
Atravessei o calçadão da praça e rapidamente encontrei a agência de turismo. Depois de acertados os custos do passeio (R$50,00), ia saindo do estabelecimento quando um rapaz, acompanhado de sua noiva, chamou-me a atenção.
— Ei, Kallás – disse ele.
Surpreso, os observei. Esforcei-me para tentar lembrar algo sobre quem eram e se já os tinha conhecido em algum outro tempo e lugar, mas, minha memória, um tanto destreinada e costumeiramente desatenta, confesso, não conseguiu trazer-me à consciência nenhum dado concreto ou recordação dessas pessoas a fim de que eu pudesse lhes reconhecer.
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Um turista de Brasília/DF me reconheceu em Búzios/RJ. |
Como diria já falecido parente, há muitos anos, libanês com razoável desenvoltura em nossa língua oficial e peculiar sotaque, se ainda hoje estivesse vivo:
— “Quem né ucê”? (leia-se: Quem é você?) – pensei comigo.
Ele se apresentou e de fato não nos conhecíamos. Comentou ter lido a narrativa de outra viagem que eu já havia feito e, por isso, tinha me reconhecido. Fiquei contente com a notícia e o fato de a minha história ter agradado!
Reúnam-se todos. O passeio vai começar.
Também disse que ele e sua noiva iriam no mesmo passeio e, assim, continuamos a prosa sem nos desviarmos do assunto (viagens de motocicleta) até o momento em que o guia do passeio nos reuniu numa roda de orientações.
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Ouvindo as instruções do guia de passeio. |
Em alguns poucos minutos ele discorreu sobre como seria o passeio, por onde iríamos passar, quanto tempo duraria (4h), em resumo, acerca dos procedimentos gerais. Também alertou que, por causa do vento, se fosse o caso, determinados pontos do trajeto poderiam ser cortados para a segurança da embarcação e de todos que lá estivessem. Ao final, nos convocou para uma pequena caminhada até o porto de onde partiríamos.
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A caminho do pier. |
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Caminhando pelo pier de Búzios/RJ. |
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No pier de Búzios/RJ. |
A quantidade de embarcações que avistei me fez pensar que havia um barco para cada família da cidade.
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Bela vista da Orla de Búzios/RJ. |
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Barcos ancorados na orla de Búzios/RJ. |
Tivemos que esperar uns 10 minutos até que o capitão aportasse nossa embarcação junto ao píer.
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Nosso barco de passeio. |
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Aguardando na fila para entrar no barco. |
Com todos a bordo saímos e fomos contornando a orla de Búzios/RJ. O itinerário passaria pelos seguintes pontos:
- praia Azeda;
- praia Azedinha;
- praia de João Fernandes;
- ilha Branca;
- ilha Feia (dependendo das condições climáticas);
- praia da Tartaruga.
O céu, ora com boa visibilidade, ora com um bocado de nuvens, era estável, não mostrava risco de chuva, e ao longo de toda a primeira parte do trajeto vimos belas paisagens.
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Pequena ilha próximo da orla de Búzios/RJ. |
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Vendo Búzios/RJ. |
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Búzios/RJ. |
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Barco cheio/RJ. |
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Olhe para trás. Vai perder a paisagem. |
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Só alegria! |
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Passeio de barco em Búzios/RJ. |
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Casas na ilha. |
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Pose para foto. |
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Nas proximidades de Búzios/RJ. |
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Litoral de Búzios/RJ. |
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Barco agitando o mar de Búzios/RJ. |
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Aproximando-nos da ilha. Búzios/RJ. |
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Mar sem fim... |
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Parada para banho de mar. Búzios/RJ. |
Batendo queixo...
Em determinado ponto, com uma bela praia ao fundo, o capitão ancorou o barco e autorizou que pulássemos para fora do barco, era a hora do tão esperado banho de mar.
Devo dizer que estava um pouco ansioso por saber qual seria a temperatura da água, não em números propriamente, mas, em relação à percepção que teria dela. Ouvi muito dizerem que as águas dessa região possuem mesmo temperaturas mais frias e o meu receio era maior ainda pelo fato de estarmos em plena época de inverno (era mês de Agosto).
Enfim, apesar do que imaginava, só iria descobrir a verdade saltando do barco. Então, posicionei-me na borda lateral da embarcação, tomei fôlego e, a exemplo da criançada que logo vai pulando para dentro d’áqua sem nem ao menos verificar se está boa ou ruim, lá fui eu... “homem ao mar”.
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Preparando-me para pular. |
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Já para a água... |
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Ai que água fria! |
— Nossa, socorro! Tenho que sair rápido daqui. – falando comigo mesmo assim que emergi do mergulho.
Em ligeiras braçadas dei a volta pelo pequenino barco, que nesse momento pareceu ter o tamanho do Titanic, e saltei novamente... só que dessa vez para fora daquela geladeira. Subi correndo até o segundo andar ao mesmo tempo em que bradava para todos retornarem a seus postos na embarcação. Já lá em cima convoquei o capitão para zarparmos.
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Deixa comigo. Minha vez de pilotar o barco. |
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Seguindo para outro ponto turístico. |
Churrasquinho ambulante
Em seguida, fomos até uma ilha pouco mais distante da orla.
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Gaivota sobrevoando o mar de Búzios/RJ. |
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Uma ilha mais distante da orla de Búzios/RJ. |
Depois, retornamos para as praias da orla de Búzios/RJ.
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Ouriços do mar. |
Assim que chegamos à Praia da Tartaruga o capitão “estacionou” o barco novamente e, então, anunciou outra parada para banho que eu não arrisquei nem colocar os pés na água por causa da "tortura" que foi a primeira experiência.
Instantes depois, duas outras embarcações menores, movidas a motor, se aproximaram de nós trazendo espetinhos (de carne, frango, queijo e camarão), assados na hora, em uma churrasqueira ambulante.
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Churrasco em alto mar. |
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Arrematei um espetinho para mim também. |
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De volta à praia de Búzios/RJ. |
Conhecendo gente
À bordo do “Libertas III” (nome do barco que nos levou no passeio), no retorno para o píer, a prosa corria solta e acabei conhecendo outros dois casais conterrâneos. Um deles, inclusive, “largou” tudo onde residia e mudou o rumo da vida indo morar em Búzios.
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Canoa ancorada no litoral de Búzios/RJ. |
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Retornando do passeio pelo litoral de Búzios/RJ. |
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Só festa! |
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Foto de despedida. |
Às 14h retornamos ao ponto de onde havíamos partido.
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Capitão fazendo pose para foto. |
Após o desembarque encontrei um restaurante na Rua das Pedras e parei para comer algo. Depois, dei uma volta por algumas ruas do centro para conhecer melhor o lugar.
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Passeando pelo centro de Búzios/RJ. |
Mais tarde, por volta das 17h, peguei um táxi e voltei para a pousada.
Vamos para casa?
O trajeto dessa viagem de férias, daí em diante, teria duas alternativas: a primeira, retornar diretamente para Belo Horizonte/MG (585 km) encerrando de vez a expedição; e a segunda, dar a volta pelo sul das Minas Gerais e passar na cidade de Santa Rita do Sapucaí (950 km até o fim da viagem) para visitar alguns primos que iriam comemorar aniversário no fim de semana.
Pois bem, sem pensar duas vezes, dado que estava com certa folga até o dia em que as férias terminariam, principalmente, por causa das praias que foram cortadas do cronograma, então, optei por fazer o contorno pelo sul de Minas para rever os parentes e prolongar um pouco mais a diversão da viagem.
Assim, reprogramei o trajeto final conforme os novos objetivos e verificando na internet as principais cidades pelas quais passaria, suas respectivas distâncias e rodovias.
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Caminho de volta. |
Fui dormir por volta de 11h.
Hotel: R$120,00.
SOBRE O AUTOR
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