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domingo, 24 de janeiro de 2016

Dia 21. O exuberante Cânion do Xingó


Sexta-feira, 22 de agosto de 2014.
De Nossa Senhora das Dores/SE a Canindé de São Francisco/SE e depois retornando a Nossa Senhora das Dores/SE (270 km).

A beleza do Cânion do Xingó foi palco de muita diversão no passeio pelo rio São Francisco, no Estado de Sergipe. Em cada curva do rio a certeza de belas paisagens. Este é o relato de mais um dia na Expedição Litoral Nordestino, uma viagem de moto que realizei sozinho pelo nordeste brasileiro durante o mês de agosto de 2014. Belíssimas paisagens foram vistas e muitas experiências foram vividas: da calmaria de um encantador pôr do sol em Jericoacoara/CE à fuga alucinada, na calada da noite, em Petrolina/PE... fortes emoções foram vivenciadas. Continue lendo para acompanhar a viagem.

É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa


Trajeto do dia

Trajeto de Nossa Senhora das Dores/SE a Canindé de São Francisco/SE.
Trajeto de Nossa Senhora das Dores/SE a Canindé de São Francisco/SE.

MOTOCICLISTA NÃO FICA SEM BUZINA

Ao acordar para mais esse dia de passeio tinha em mente ir conhecer o imponente Cânion do Xingó, no rio São Francisco, e logo retornar. Haja vista que a distância de ida e volta seria pequena, por volta de 250 km, esperava chegar rapidamente em Canindé de São Francisco/SE, realizar o passeio planejado e no mesmo dia ainda alcançar a BR-101 novamente para continuar pelo caminho originalmente traçado e planejado.

Então, às 7h30, montei no lombo da moto e saí desembestado para o interior do Estado de Sergipe. O tempo estava com céu muito bom e por volta das 9h30 cheguei a Canindé de São Francisco/SE.

Saindo de Nossa Senhora das Dores/SE.

Nossa Senhora das Dores/SE.
Nossa Senhora das Dores/SE.

Placa para Canindé de São Francisco/SE.
Placa para Canindé de São Francisco/SE.

Belo amanhecer.
Belo amanhecer.

Que retona!
Que retona!

Chegando em Canindé de São Francisco/SE.
Chegando em Canindé de São Francisco/SE.
Muitos já devem ter escutado aquela expressão popular que diz que “buzina não para carro”. Concordo absolutamente com isso. Não é o fato de você “sentar” a mão na buzina que fará com que o outro veículo (leia-se condutor) obedeça às suas ordens. — Mas, pelo menos, avisa – diriam.

Bom é dirigir (pilotar) com cautela, defensivamente, antecipando-se ao que o outro condutor poderá fazer, de maneira que se alguma movimentação desastrada desse último vier a acontecer, ao menos, não será uma surpresa.

Entretanto, mesmo tentando observar e seguir algumas dessas boas práticas no trânsito, confesso que vez ou outra sou adepto de lançar mão de uma “buzininha” para, quem sabe, conseguir “adestrar” aquele condutor mais desnorteado.

Assim, foi numa dessas vezes em que precisei utilizar a buzina que percebi que ela havia parado de funcionar. Na minha larga experiência de palpiteiro em mecânica de moto, cheguei logo a conclusões acerca do que poderia ter ocorrido.

Enfim, independentemente do que teria causado a pane, certo é que motociclista não fica sem buzina e comigo não seria diferente. Então, logo que cheguei a Canindé, a primeira atividade foi procurar uma oficina de motos para consertar o problema com a buzina.

Consertando a buzina da moto.
Consertando a buzina da moto.
Como precaução, sempre levo comigo um par de câmaras de ar reserva para o caso de precisar trocar as que estiverem em uso nos pneus. Por praticidade, nessa viagem, achei prático e conveniente guardá-las em um espaço vazio debaixo do banco. Fiquei surpreso quando ao retirar o banco da motocicleta para trocar um fusível vimos que as duas câmaras de ar, tanto a do pneu traseiro quanto a do dianteiro, estavam totalmente ressecadas e quebradiças. Ou seja, completamente inutilizadas.

Além disso, eu as havia tirado de sua embalagem original o que ajudou a deixá-las ainda mais expostas às condições inadequadas do local onde estavam guardadas. Logicamente, tive que comprar outras e, dessa vez, passei a carregá-las dentro do baú da moto.

Assim, com a buzina consertada, estava pronto novamente para sair “berrando” nordeste afora, tentando adestrar motoristas inconvenientes e espantando as inúmeras cabras que transitavam à beira da estrada.

É MELHOR COMPRAR O INGRESSO ANTES

Segui em frente, se bem me recordo, continuando pela avenida principal por onde havia chegado, até alcançar um posto de informações turísticas localizado no final dessa mesma avenida, bem perto da usina hidroelétrica de Xingó.

Olha o rio São Francisco lá na frente.
Olha o rio São Francisco lá na frente.

Informações turísticas.
Informações turísticas.
Parei apenas para pedir algumas informações a respeito de como chegar no porto de onde partem os passeios de catamarã para o cânion do Xingó e segui em frente.

Eram umas 10h e no caminho observei vários pontos onde poderia parar e registrar boas fotos, mas, não queria perder tempo, pois, como não estava totalmente informado a respeito dos trâmites para o passeio de barco, bem como dos horários de partida, então, preferi evitar distrações a princípio. Pensei que se houvesse oportunidade eu voltaria, naquele mesmo dia, em alguns desses locais.

Rio São Francisco.
Rio São Francisco.

Usina hidrelétrica de Xingó.
Usina hidrelétrica de Xingó.

Desvio para chegar na represa de Xingó.
Desvio para chegar na represa de Xingó.
Rapidamente cheguei ao ponto de embarque como havia indicado uma placa alguns km atrás.

Entrada para o passeio de barco na represa de Xingó.
Entrada para o passeio de barco na represa de Xingó.

Estacionando a moto.
Estacionando a moto.

Fazendo pose na represa de Xingó.
Fazendo pose na represa de Xingó.
O embarque para o passeio seria apenas às 11h30, mas, sem demora comprei meu ingresso e reservei lugar no catamarã que partiria, às 11h45, para o Cânion do Xingó. Também aluguei um armário para guardar meu macacão de viagem enquanto estivesse no passeio.

Durante esse período em que teria que esperar houve tempo para retornar até o ponto de informações turísticas e registrar algumas fotos.

Lampião, Maria Bonita e Zé Leobino.
Lampião, Maria Bonita e Zé Leobino.

Quem é esse infiltrado?
Quem é esse infiltrado?
E no caminho de volta até o local de embarque também parei em alguns “mirantes”.

Rio São Francisco ao fundo.
Rio São Francisco ao fundo.

Rio São Francisco e hidrelétrica.
Rio São Francisco e hidrelétrica.

Rio São Francisco.
Rio São Francisco.

Represa de Xingó.
Represa de Xingó.

Estrada para o passeio de barco pelo rio São Francisco.
Estrada para o passeio de barco pelo rio São Francisco.

Represa de Xingó.
Represa de Xingó.

Represa de Xingó.
Represa de Xingó.

JÁ ESTÁ NA HORA DE ZARPAR

Passava das 11h quando cheguei de volta ao porto para sair em visita ao belíssimo Cânion do Xingó que até então só conhecia por meio de fotos. O cânion, como o conhecemos hoje, surgiu depois da criação da usina hidroelétrica de Xingó, inaugurada em 1994 e localizada na divisa dos Estados de Sergipe e Alagoas, devido ao represamento do rio São Francisco.

Rapidamente, troquei de roupa e quando me dei conta já estava na hora do embarque. Um ônibus de turismo havia chegado e muitas pessoas já estavam na fila.

Catamarã para o passeio no rio São Francisco.
Catamarã para o passeio no rio São Francisco.
Já esperava ser um dos últimos a embarcar e, de fato, não me importava com isso. Fiquei surpreso ao ouvir meu nome ser anunciado no microfone convocando-me para subir no barco. Parece-me que eu havia sido um dos primeiros a comprar o ingresso. Então, obedeci prontamente a convocação. Não demorou muito até que todos estivessem a bordo.

Já tomamos nossos assentos no barco.
Já tomamos nossos assentos no barco.
Partimos, então.

Outros barcos ancorados por perto.
Outros barcos ancorados por perto.

Águas calmas da represa de Xingó.
Águas calmas da represa de Xingó.

Partimos para o passeio pelo rio São Francisco.
Partimos para o passeio pelo rio São Francisco.

O CÂNION DO XINGÓ: UMA BELEZA ÍMPAR

Levamos aproximadamente uma hora de navegação até chegarmos ao “ponto alto” do passeio, uma das partes mais bonitas do rio desde o início do trajeto.

Pessoal apreciando a bela vista.
Pessoal apreciando a bela vista.

Conhecendo o pessoal do passeio.
Conhecendo o pessoal do passeio.

Bela paisagem do rio São Francisco.
Bela paisagem do rio São Francisco.

Entrando na área dos cânions.
Entrando na área dos cânions.

Pessoal se aglomerou para tirar fotos.
Pessoal se aglomerou para tirar fotos.

Que beleza!
Que beleza!

Cânions do rio São Francisco!
Cânions do rio São Francisco!

Chegando no ponto de parada para banho!
Chegando no ponto de parada para banho!
Nesse local onde o barco atracou ficamos durante uma hora. Quem se interessasse poderia pagar R$5,00 para realizar um passeio guiado, de canoa, por cinquenta metros pelo interior de uma estreita fenda formada entre os paredões de rocha, pela Gruta do Talhado. Eu, que aproveitava cada oportunidade para realizar todos os passeios que conseguisse nos locais turísticos por onde passava, rapidamente tomei meu lugar na fila.

Lojinha na Gruta do Talhado.
Lojinha na Gruta do Talhado.

O rio São Francisco se afunilou.
O rio São Francisco se afunilou.

Local para banho mais ao fundo.
Local para banho mais ao fundo.

Gruta do Talhado no rio São Francisco.
Gruta do Talhado no rio São Francisco.

Fim de linha na Gruta do Talhado.
Fim de linha na Gruta do Talhado.

Retornando para o barco.
Retornando para o barco.

Bela coloração da água no rio São Francisco.
Bela coloração da água no rio São Francisco.

Pose para foto nos cânions do São Francisco.
Pose para foto nos cânions do São Francisco.
Como preferi realizar esse pequeno passeio logo no inicio do período em que ficamos por ali, então, sobrou bastante tempo para aproveitar a “piscina”. Chamo de piscina o cercado construído com boias onde as pessoas pegam seu “espaguete flutuante” e se atiram, literalmente, nas águas verdes do rio São Francisco. Fiquei animado com a pequena plataforma para saltos.

Plataforma de salto. Agora é que vou me esborrachar.
Plataforma de salto. Agora é que vou me esborrachar.

É um, é dois e é já...
É um, é dois e é já...

Desce daí menino.
Desce daí menino.

Agora não tem mais volta. É só rezar.
Agora não tem mais volta. É só rezar.

Não vá se afogar, hein!
Não vá se afogar, hein!

Refrescando do calor no rio São Francisco.
Refrescando do calor no rio São Francisco.

Minha nossa! Fazendo arte.
Minha nossa! Fazendo arte.

Calma! Deu tudo certo.
Calma! Deu tudo certo.

O QUE É BOM DURA POUCO

Uma hora depois o apito do catamarã soou e tivemos que embarcar para o retorno.

De volta ao catamarã.
De volta ao catamarã.
Com todos a bordo, iniciamos o retorno para Canindé de São Francisco/SE, sempre acompanhados de belas paisagens.

Retornando do passeio pelo rio São Francisco.
Retornando do passeio pelo rio São Francisco.

Cânions do Xingó.
Cânions do Xingó.

Bela paisagem.
Bela paisagem.

Pessoal contemplando a bela paisagem dos cânions do Xingó.
Pessoal contemplando a bela paisagem dos cânions do Xingó.

Sítio em uma ilha no rio São Francisco.
Sítio em uma ilha no rio São Francisco.

Casa isolada no meio do rio São Francisco.
Casa isolada no meio do rio São Francisco.

Fazendo pose no caminho de volta.
Fazendo pose no caminho de volta.

Pier ao longe.
Pier ao longe.

Que pena! Chegando ao fim do passeio.
Que pena! Chegando ao fim do passeio.
Conversa vai, conversa vem, por coincidência, conheci algumas pessoas amigas de parentes meus. (Carlos e Maria, Mário e Édna).

Pessoal atencioso e simpático. Boa companhia.
Pessoal atencioso e simpático. Boa companhia.
Ao retornarmos, pensei em almoçar, mas, acabei desistindo, pois, já tinha comido alguns biscoitos e amendoins no barco. Então, tomei apenas um sorvete para me refrescar do calor e resolvi partir para a estrada. Fazia bastante calor e o céu estava tão limpo e sem nuvens quanto de manhã cedo.

Chegada ao pier.
Chegada ao pier.

Represa de Xingó mais à frente.
Represa de Xingó mais à frente.

Desvio para chegar mais próximo da margem da represa de Xingó.
Desvio para chegar mais próximo da margem da represa de Xingó.


Pegando a estrada de volta para Nossa Senhora das Dores/SE.
Pegando a estrada de volta para Nossa Senhora das Dores/SE.

Alguns "corajosos" se arriscando na caçamba do caminhão.
Alguns "corajosos" se arriscando na caçamba do caminhão.

Muitas retas pelo caminho.
Muitas retas pelo caminho.

Belo entardecer.
Belo entardecer.

A noite vem chegando.
A noite vem chegando.

As nuvens ao fundo parecem uma grande montanha.
As nuvens ao fundo parecem uma grande montanha.

Por volta das 18h30 cheguei novamente em Nossa Senhora das Dores/SE, a mesma cidade onde havia pernoitado antes. Como já estava escuro decidi encerrar as atividades. Procurei o hotel onde tinha ficado e contratei um quarto.

Hotel: R$50,00.

DICAS DE VIAGEM

  • A duração total do passeio pelo cânion do Xingó é de três horas sendo uma hora de navegação pelo rio São Francisco, partindo de Canindé de São Francisco/SE, uma hora de parada para banho e outra hora durante o retorno ao porto.
  • Paguei R$70,00 pelo passeio de catamarã e no Cânion do Xingó paguei mais R$5,00 pelo pequeno passeio de canoa na parte mais estreita do rio, com duração de 10 minutos.
  • No embarque do catamarã a chamada é realizada pelo microfone e por ordem de aquisição do ingresso.
  • Quem preferir um passeio mais personalizado pode alugar uma das lanchas que ficam ancoradas no porto. Não me inteirei a respeito dos preços. Penso ser mais vantajoso ir com o catamarã pela comodidade e melhor estrutura oferecidos.
  • Dependendo da lotação, no barco não há lugar para todos se sentarem na sombra, então, se a quantidade de pessoas for grande será melhor não esquecer o protetor solar. E independentemente de estar na sombra ou no sol, não deixe de se hidratar bastante.
  • Também leve trajes de banho para o mergulho no rio.
  • A escuna tem boa infra-estrutura e é equipada com lanchonete e banheiros. Músicas regionais e nacionais, ao estilo forró, são tocadas durante todo o percurso do passeio.
  • Outro passeio que se pode fazer também é o da Usina de Xingó que fica entre a cidade de Canindé de São Francisco/SE e o porto de onde saem os barcos para o Cânion do Xingó. Como não houve tempo essa atividade teve que ser adiada para outra oportunidade.



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