Domingo, 17 de agosto de 2014.
De Natal/RN a Pipa/RN (85 km).
De Natal/RN a Pipa/RN (85 km).
Uma tarde de muita diversão e belas paisagens em Pipa, no Rio Grande do Norte. Ao final do dia, um pôr do sol cinematográfico. Este é o relato de mais um dia na Expedição Litoral Nordestino, uma viagem de moto que realizei sozinho pelo nordeste brasileiro durante o mês de agosto de 2014. Belíssimas paisagens foram vistas e muitas experiências foram vividas: da calmaria de um encantador pôr do sol em Jericoacoara/CE à fuga alucinada, na calada da noite, em Petrolina/PE... fortes emoções foram vivenciadas. Continue lendo para acompanhar a viagem.
Fiz de meus dias um passeio
Fiz das horas lazer
Desta vida nada anseio
Além de paz pra viver!
- Di Castilho.
Trajeto do dia
Pé na estrada
Na noite anterior, no momento em que fui dormir, decidi ajustar o despertador para tocar bem cedo, às 5h30. Dessa forma, aproveitando que a distância entre Natal/RN e Pipa/RN era de poucos quilômetros, apenas 85 km, pensei que poderia alcançar o destino antes do horário costumeiro de saída para os passeios da região. Pelo menos, assim imaginei.
Consequentemente, no horário programado, a gritaria do ACDC (Highway to hell) se iniciou. A bagagem já estava organizada quase que totalmente. Restou-me apenas terminar de guardar alguns poucos utensílios e tomar café da manhã, ali no quarto mesmo.
Às 06h30, deixei o hotel e, guiado pelo GPS, coloquei-me rumo à BR-101. Pela poças de água espalhadas pela avenida, pareceu-me ter chovido bastante à noite, mas, confesso não ter percebido nada.
Às 06h30, deixei o hotel e, guiado pelo GPS, coloquei-me rumo à BR-101. Pela poças de água espalhadas pela avenida, pareceu-me ter chovido bastante à noite, mas, confesso não ter percebido nada.
No caminho para a saída da cidade, como era um Domingo, as ruas estavam praticamente desertas. Ao passar por um local que pareceu-me ser um mirante parei e aproveitei para registrar algumas fotos.
Em seguida, o GPS conduziu-me rapidamente para a BR-101 e como ainda havia gasolina suficiente para cobrir todo o percurso até Pipa/RN, então, preferi não perder tempo com abastececimento, optando por fazê-lo apenas quando chegasse em Pipa.
Durante todo o percurso a pavimentação da estrada se mostrou estar em ótimas condições e o céu permaneceu estável (sem muitas nuvens). Apesar de ter iniciado a viagem logo que amanheceu o calor já se fazia presente e também me acompanhou estrada afora.
Para minha alegria a entrada estava bem ao lado do posto de abastecimento onde parei.
No início o caminho não estava muito bem sinalizado e tive que pedir mais informações. Assim, seguindo de viela em viela, encontrei a saída daquele vilarejo e na estátua do golfinho, em vez de continuar em frente, “quebrei” à direita.
Pareceu-me que estava indo atrás de confusão, pois, o céu que antes era quase que um “céu de Brigadeiro”, agora, já se enchia de nuvens... Ao fazer a conversão para o sentido correto que deveria seguir, e mirar o horizonte, vi a encrenca em que iria me enfiar. Pareceu-me que ia atrás da chuva que caíra sobre Natal/RN... prestes a entrar numa tormenta.
Muito bem, finalizados os contatos, era hora de encontrar a pousada escolhida e para não perder o hábito recorri aos moradores locais.
Depois, fui seguindo as placas das pousadas.
Por fim, não demorei muito até encontrar o endereço da pousada onde ficaria.
Ao chegar apresentei-me à funcionária da recepção e conforme avisado anteriormente por ela, pelo telefone, haveria vaga em um quarto que estava para ser liberado e que eu somente poderia entrar após o horário do meio dia.
Aproveitei para conversar um pouco e pedir algumas informações. O tempo ainda se encontrava bastante nublado e chuvoso e a primeira coisa que perguntei foi sobre o comportamento do tempo nos últimos dias, pois, confesso que pensei que fosse chover o dia todo. Até cogitei a possibilidade de abandonar Pipa/RN e continuar a viagem até o próximo ponto turístico planejado na intenção de tentar fugir daquelas condições.
Ela respondeu-me que nos últimos dias chovera um pouco na parte da manhã, porém, que à tarde, ou até antes, o céu se mostrou mais “estável”. Pensando melhor, optei por esperar e ver o que aconteceria.
Também indaguei a respeito dos passeios pela região e ela disse que os de bugue, muito provavelmente, eu não conseguiria por causa do mau tempo e porque os guias não têm o costume de sair com chuva, porém, que poderia ir até a praia principal de Pipa/RN (praia do centro) e procurar pelos passeios de barco que saem de lá, em horários variados do dia, para levar os turistas pela orla das praias da região e para a baía dos golfinhos. Alertou que os barcos só não sairiam se estivesse chovendo.
— Chapadão? Onde fica isso? – Perguntei surpreso.
Após ouvir uma breve explicação pedi para deixar minhas duas malas laterais na pousada a fim de não ter que carregar todo aquele peso para lá e para cá... e parti.
Pipa, ou a Praia de Pipa, está localizada no município de Tibau do Sul/RN. É frequentada por muitos surfistas, que aproveitam os fortes ventos e boas ondas para praticar vários tipos de esportes, e também por turistas de variadas partes do mundo.
Segundo se conta, o povoado foi fundado a cerca de 200 anos e recebeu esse nome devido a uma grande pedra localizada na praia dos Afogados e que, vista de longe – do mar – pelos antigos navegantes, parecia ter o formato de uma pipa (espécie de barril utilizado para armazenar vinhos e bebidas diversas).
Fonte: http://www.portaldepipa.com/historia.php
Seguindo pela mesma rua, não muito longe da pousada, apenas a algumas centenas de metros, logo vi a placa indicativa da direção em que chapadão se encontrava e cujo percurso é feito em estrada de terra.
Ao chegar vi uma vasta área de campo aberto e uma bonita vista para o mar. Fiquei admirado com a paisagem.
Observando o local, notei ao longe uma pequena estrada de terra que dali, de onde eu estava, parecia contornar a beirada da praia. Resolvi segui-la por um pedaço.
Fui “tocando” a moto até um ponto em que havia bastante barro na estrada e que para passar, muito provavelmente, iria me sujar todo e à moto também. Consequentemente, o leitor que me perdoe a frescura, mas, nesse momento eu não estava nem um pouco estimulado a ter uma daquelas aventuras mais radicais na lama.
Muito bem, então, meia-volta, volver! E no retorno encontrei com algumas pessoas em quadriciclos seguindo em direção ao mesmo ponto em que eu, minutos antes, havia desistido de passar (Ahhh! Esses sim teriam uma bela aventura naquele momento).
Ao voltar para o ponto inicial onde eu havia entrado no chapadão avistei um movimento maior de veículos e de vários bugues carregando turistas. Imagino ser um hábito comum passar por esse ponto nos passeios realizados pelos guias de turismo. E para ser sincero, é um mirante que rende uma bela sessão de fotos.
Disseram-me que só encontraria gasolina na entrada do município de Tibau do Sul/RN, apenas 8 km de Pipa/RN. Então, lá fui eu... e o tempo continuava tão ruim quanto no momento em que cheguei em Pipa.
Aproveitei que havia uma lanchonete no posto e resolvi tomar um lanche afinal de contas não era só a moto que estava de bucho vazio. A pessoa com quem conversei anteriormente e que havia falado a respeito do posto de abastecimento também passou-me uma dica: comentou que em Tibau do Sul/RN há um ótimo lugar para se assistir ao pôr do sol e que esse local era a Lagoa de Guaraíras.
Consequentemente, ao terminar o lanche, fui procurar essa tal lagoa informada pelo morador de Pipa/RN e não tardei a encontrá-la.
Fiquei empolgado e esperançoso de que a chuva realmente fosse passageira e logo se dissipasse, pois, já bolava planos para o fim de tarde quando comecei a retornar para a pousada em Pipa/RN.
Rapidamente guardei minha bagagem, troquei de roupa e saí novamente, desta vez em direção à praia de Pipa, a fim de descobrir algum passeio de barco que me conduzisse pela orla mostrando as incríveis paisagens do local.
A baía dos golfinhos é uma famosa região de Pipa. Localizada entre a Praia do Curral e a do Madeiro é aí que podem ser vistos diversos golfinhos que não se intimidam em dividir seu território com os turistas. E foi esse o principal motivo de eu ter optado por ficar e esperar pela melhora do tempo, estava animado para ver os golfinhos. Contudo, não sabia se os veria, nem mesmo se conseguiria sair em um passeio de barco.
Após uns 5 minutos de caminhada...
...cheguei na praia principal do vilarejo. No acesso à praia havia um bar / restaurante e, então, puxei conversa com um dos funcionários. Perguntei a respeito do passeio de barco que queria fazer. Ele prontamente respondeu-me que uma das embarcações já estava para zarpar e, consequentemente, conduziu-me até um dos responsáveis pela organização.
Depois de me informar, e esclarecidas as dúvidas, garanti meu lugar no barco. Saímos exatamente às 12h30. Navegaríamos durante 1h30 pelas praias da região. Antes de deixarmos terra firme, porém, fui instruído a vestir um colete salva-vidas.
O itinerário a ser realizado seria o seguinte: sairíamos da praia principal, passaríamos na Baía dos Golfinhos e, depois, na Ponta do Madeiro. Nessa última faríamos uma parada para banho de mar.
Então, o guia nos chamou para embarcarmos. Na verdade, fomos conduzidos por um barco de menor porte até aquele que efetivamente nos levaria pelo trajeto e que estava ancorado mais afastado da praia. Enfim, com todos a bordo, zarpamos, para o norte.
A decepção se abateu sobre todos quando passamos pela Baía dos Golfinhos sem vermos nenhum deles. O guia ainda tentou nos consolar dizendo que, realmente, há dias em que não se consegue ver nenhum golfinho.
— Eles simplesmente somem. – enfatizou o guia.
Pois bem, não foi dessa vez, mas, quem sabe numa próxima oportunidade não terei mais sorte. Fiquei bastante frustrado porque era a atração que mais desejava ver. Paciência!
Depois, falou que poderíamos nos divertir.
— Como assim? – pensei.
Tudo bem! Segui ao pé da letra suas ordens e a diversão começou.
— O que você está fazendo? Ponha de volta esse colete. – Diria o leitor, surpreso.
— Já está pensando em fazer traquinagem. – Insistiria.
— Ai minha nossa! Desça daí, já, menino. – Ordenaria, alguns instantes depois, perdendo a paciência!
Bem que o leitor avisou...
Brincadeiras à parte, o barco ficou ancorado por quase uma hora, o que nos permitiu alguns bons momentos de diversão. Até as crianças pularam no mar. Melhor dizendo, só a criançada pulou.
Voltei várias vezes ao barco e em cada uma delas sempre retornava para a água por uma plataforma diferente.
Algum tempo depois o capitão nos reuniu e comunicou que deveríamos partir.
— Já chega! Vou é levar esse arteiro de volta para a praia porque ele vai acabar afundando meu barco. – Imagino ter pensado assim o capitão.
Então, seguimos de volta para a praia principal de Pipa. Como de costume, o barco que nos levou no passeio ficou ancorado mais longe da praia e uma embarcação menor nos conduziu de volta para terra firme. Como não estava com pressa, calmamente esperei pela minha vez.
Nesse momento, o vento já tinha ajudado a tocar as cinzentas nuvens para longe deixando apenas algumas restantes que, inclusive, contribuíam para formar um belo quadro pintado pela natureza.
Passei em frente a um restaurante e parei para sondar o cardápio. Os preços dos petiscos convenceram-me a pedir somente água de coco e batatas fritas.
Cheguei no restaurante à beira da Lagoa dos Guaraíras, em Tibau do Sul, bem a tempo de assistir ao espetáculo.
Posicionei-me, estrategicamente, e ocupei uma das mesas disponíveis. O restaurante é especializado em panquecas de diversos sabores e ingredientes e acabei pedindo uma de camarão. Daí em diante, as atividades mais “chatas” foram matar a fome e acompanhar o belo entardecer.
Com a noite se iniciando retornei rapidamente para a pousada em Pipa.
— Ótimo! Agora, banho e cama. – diria o leitor.
Eu responderia que não funciona bem assim, pois, em minhas viagens de moto o banho é a última atividade do dia. Um bom banho relaxa e depois provoca sono e estando com sono a tentação de deixar algumas obrigações para o dia seguinte torna-se irresistível, podendo levar a inevitáveis atrasos no horário da próxima partida.
Consequentemente, assim que retornei à pousada, guardei a moto no estacionamento e coloquei-me organizar alguns itens da bagagem a fim de deixar o máximo de coisas arrumadas para o dia seguinte.
Após adiantar a arrumação das malas, decidi descer para a rua central de Pipa. A avenida dos Golfinhos é a rua da badalação. Comprei um sorvete e andei por toda a sua extensão. Nela é que está localizada a maior parte dos restaurantes e barzinhos. É também o centro comercial do vilarejo e, geralmente, as lojas ficam abertas até de madrugada. Ao final, comi um sanduíche, daqueles bem rechonchudos de bacon e ovo, e voltei para a pousada.
Agora sim, banho e cama... e tudo arrumado para a próxima atração turística: Porto de Galinhas/PE.
Hotel: R$100,00.
Em seguida, o GPS conduziu-me rapidamente para a BR-101 e como ainda havia gasolina suficiente para cobrir todo o percurso até Pipa/RN, então, preferi não perder tempo com abastececimento, optando por fazê-lo apenas quando chegasse em Pipa.
Durante todo o percurso a pavimentação da estrada se mostrou estar em ótimas condições e o céu permaneceu estável (sem muitas nuvens). Apesar de ter iniciado a viagem logo que amanheceu o calor já se fazia presente e também me acompanhou estrada afora.
Por onde é?
Ao chegar próximo ao desvio para Pipa/RN segui as placas que me diziam que teria que fazer o retorno, pois, o desvio estava do outro lado da rodovia. Era um local de muitas construções e várias entradas secundárias e, dessa forma, após fazer o retorno, precisei solicitar informações para identificar o exato ponto em que deveria me desviar.Para minha alegria a entrada estava bem ao lado do posto de abastecimento onde parei.
No início o caminho não estava muito bem sinalizado e tive que pedir mais informações. Assim, seguindo de viela em viela, encontrei a saída daquele vilarejo e na estátua do golfinho, em vez de continuar em frente, “quebrei” à direita.
Pareceu-me que estava indo atrás de confusão, pois, o céu que antes era quase que um “céu de Brigadeiro”, agora, já se enchia de nuvens... Ao fazer a conversão para o sentido correto que deveria seguir, e mirar o horizonte, vi a encrenca em que iria me enfiar. Pareceu-me que ia atrás da chuva que caíra sobre Natal/RN... prestes a entrar numa tormenta.
Procurando alojamento
Tive a sorte de escapar do miolo da tempestade, mas, isso não me livrou de chegar em Pipa/RN debaixo de alguns chuviscos. Trafegando um pouco pelo vilarejo observei que, à exceção de algumas, as ruas da cidade são bastante estreitas. Ao encontrar um local mais apropriado parei, e como de costume, lancei mão da minha lista de hotéis e pousadas para fazer contato e saber em qual haveria vaga para um viajante solitário.Muito bem, finalizados os contatos, era hora de encontrar a pousada escolhida e para não perder o hábito recorri aos moradores locais.
Depois, fui seguindo as placas das pousadas.
Por fim, não demorei muito até encontrar o endereço da pousada onde ficaria.
Ao chegar apresentei-me à funcionária da recepção e conforme avisado anteriormente por ela, pelo telefone, haveria vaga em um quarto que estava para ser liberado e que eu somente poderia entrar após o horário do meio dia.
Aproveitei para conversar um pouco e pedir algumas informações. O tempo ainda se encontrava bastante nublado e chuvoso e a primeira coisa que perguntei foi sobre o comportamento do tempo nos últimos dias, pois, confesso que pensei que fosse chover o dia todo. Até cogitei a possibilidade de abandonar Pipa/RN e continuar a viagem até o próximo ponto turístico planejado na intenção de tentar fugir daquelas condições.
Ela respondeu-me que nos últimos dias chovera um pouco na parte da manhã, porém, que à tarde, ou até antes, o céu se mostrou mais “estável”. Pensando melhor, optei por esperar e ver o que aconteceria.
Também indaguei a respeito dos passeios pela região e ela disse que os de bugue, muito provavelmente, eu não conseguiria por causa do mau tempo e porque os guias não têm o costume de sair com chuva, porém, que poderia ir até a praia principal de Pipa/RN (praia do centro) e procurar pelos passeios de barco que saem de lá, em horários variados do dia, para levar os turistas pela orla das praias da região e para a baía dos golfinhos. Alertou que os barcos só não sairiam se estivesse chovendo.
O Chapadão.
Eram umas 8h30. Enquanto conversávamos o chuvisco parou e isso me alegrou. Também pedi referência sobre o que eu poderia fazer nesse meio tempo em que teria que esperar pelo quarto. Imediatamente a funcionária rebateu dizendo que poderia ir de moto até o chapadão.— Chapadão? Onde fica isso? – Perguntei surpreso.
Após ouvir uma breve explicação pedi para deixar minhas duas malas laterais na pousada a fim de não ter que carregar todo aquele peso para lá e para cá... e parti.
Pipa, ou a Praia de Pipa, está localizada no município de Tibau do Sul/RN. É frequentada por muitos surfistas, que aproveitam os fortes ventos e boas ondas para praticar vários tipos de esportes, e também por turistas de variadas partes do mundo.
Segundo se conta, o povoado foi fundado a cerca de 200 anos e recebeu esse nome devido a uma grande pedra localizada na praia dos Afogados e que, vista de longe – do mar – pelos antigos navegantes, parecia ter o formato de uma pipa (espécie de barril utilizado para armazenar vinhos e bebidas diversas).
Fonte: http://www.portaldepipa.com/historia.php
Foto retirada da internet. Meramente ilustrativa.
Seguindo pela mesma rua, não muito longe da pousada, apenas a algumas centenas de metros, logo vi a placa indicativa da direção em que chapadão se encontrava e cujo percurso é feito em estrada de terra.
Foto retirada da internet. Meramente ilustrativa.
Ao chegar vi uma vasta área de campo aberto e uma bonita vista para o mar. Fiquei admirado com a paisagem.
Observando o local, notei ao longe uma pequena estrada de terra que dali, de onde eu estava, parecia contornar a beirada da praia. Resolvi segui-la por um pedaço.
Fui “tocando” a moto até um ponto em que havia bastante barro na estrada e que para passar, muito provavelmente, iria me sujar todo e à moto também. Consequentemente, o leitor que me perdoe a frescura, mas, nesse momento eu não estava nem um pouco estimulado a ter uma daquelas aventuras mais radicais na lama.
Muito bem, então, meia-volta, volver! E no retorno encontrei com algumas pessoas em quadriciclos seguindo em direção ao mesmo ponto em que eu, minutos antes, havia desistido de passar (Ahhh! Esses sim teriam uma bela aventura naquele momento).
Ao voltar para o ponto inicial onde eu havia entrado no chapadão avistei um movimento maior de veículos e de vários bugues carregando turistas. Imagino ser um hábito comum passar por esse ponto nos passeios realizados pelos guias de turismo. E para ser sincero, é um mirante que rende uma bela sessão de fotos.
Está na hora de abastecer a moto
Devia ser umas 9h30, ou 10h, quando passei em frente à pousada, mas, não parei, segui adiante pensando em encontrar um posto de gasolina para abastecer o tanque da moto que já indicara reserva a muitos km atrás.Disseram-me que só encontraria gasolina na entrada do município de Tibau do Sul/RN, apenas 8 km de Pipa/RN. Então, lá fui eu... e o tempo continuava tão ruim quanto no momento em que cheguei em Pipa.
Aproveitei que havia uma lanchonete no posto e resolvi tomar um lanche afinal de contas não era só a moto que estava de bucho vazio. A pessoa com quem conversei anteriormente e que havia falado a respeito do posto de abastecimento também passou-me uma dica: comentou que em Tibau do Sul/RN há um ótimo lugar para se assistir ao pôr do sol e que esse local era a Lagoa de Guaraíras.
Consequentemente, ao terminar o lanche, fui procurar essa tal lagoa informada pelo morador de Pipa/RN e não tardei a encontrá-la.
Fiquei empolgado e esperançoso de que a chuva realmente fosse passageira e logo se dissipasse, pois, já bolava planos para o fim de tarde quando comecei a retornar para a pousada em Pipa/RN.
Vamos. Vai perder o passeio.
Perto das 11h30, resolvida a necessidade de abastecimento da moto, voltei para a pousada a fim de saber sobre o quarto e tive uma boa noticia, ou seja, ele já estava pronto e arrumado e a dona da pousada permitiu-me ocupá-lo antes mesmo do horário costumeiro para check in. Que maravilha!Rapidamente guardei minha bagagem, troquei de roupa e saí novamente, desta vez em direção à praia de Pipa, a fim de descobrir algum passeio de barco que me conduzisse pela orla mostrando as incríveis paisagens do local.
A baía dos golfinhos é uma famosa região de Pipa. Localizada entre a Praia do Curral e a do Madeiro é aí que podem ser vistos diversos golfinhos que não se intimidam em dividir seu território com os turistas. E foi esse o principal motivo de eu ter optado por ficar e esperar pela melhora do tempo, estava animado para ver os golfinhos. Contudo, não sabia se os veria, nem mesmo se conseguiria sair em um passeio de barco.
Após uns 5 minutos de caminhada...
...cheguei na praia principal do vilarejo. No acesso à praia havia um bar / restaurante e, então, puxei conversa com um dos funcionários. Perguntei a respeito do passeio de barco que queria fazer. Ele prontamente respondeu-me que uma das embarcações já estava para zarpar e, consequentemente, conduziu-me até um dos responsáveis pela organização.
Depois de me informar, e esclarecidas as dúvidas, garanti meu lugar no barco. Saímos exatamente às 12h30. Navegaríamos durante 1h30 pelas praias da região. Antes de deixarmos terra firme, porém, fui instruído a vestir um colete salva-vidas.
O itinerário a ser realizado seria o seguinte: sairíamos da praia principal, passaríamos na Baía dos Golfinhos e, depois, na Ponta do Madeiro. Nessa última faríamos uma parada para banho de mar.
Foto retirada da internet. Meramente ilustrativa.
Então, o guia nos chamou para embarcarmos. Na verdade, fomos conduzidos por um barco de menor porte até aquele que efetivamente nos levaria pelo trajeto e que estava ancorado mais afastado da praia. Enfim, com todos a bordo, zarpamos, para o norte.
A decepção se abateu sobre todos quando passamos pela Baía dos Golfinhos sem vermos nenhum deles. O guia ainda tentou nos consolar dizendo que, realmente, há dias em que não se consegue ver nenhum golfinho.
— Eles simplesmente somem. – enfatizou o guia.
Pois bem, não foi dessa vez, mas, quem sabe numa próxima oportunidade não terei mais sorte. Fiquei bastante frustrado porque era a atração que mais desejava ver. Paciência!
Mergulho em alto mar.
Fomos em frente e algumas centenas de metros adiante, em frente à praia Ponta do Madeiro, paramos e o capitão instruiu que ancorassem o barco.Depois, falou que poderíamos nos divertir.
— Como assim? – pensei.
Tudo bem! Segui ao pé da letra suas ordens e a diversão começou.
— O que você está fazendo? Ponha de volta esse colete. – Diria o leitor, surpreso.
— Já está pensando em fazer traquinagem. – Insistiria.
— Ai minha nossa! Desça daí, já, menino. – Ordenaria, alguns instantes depois, perdendo a paciência!
Bem que o leitor avisou...
Brincadeiras à parte, o barco ficou ancorado por quase uma hora, o que nos permitiu alguns bons momentos de diversão. Até as crianças pularam no mar. Melhor dizendo, só a criançada pulou.
Voltei várias vezes ao barco e em cada uma delas sempre retornava para a água por uma plataforma diferente.
Algum tempo depois o capitão nos reuniu e comunicou que deveríamos partir.
— Já chega! Vou é levar esse arteiro de volta para a praia porque ele vai acabar afundando meu barco. – Imagino ter pensado assim o capitão.
Caminhando um pouco
Já com os pés na areia comecei a caminhada pela orla e fui até o amontoado de pedras que existe no final da praia principal. Fiquei admirado com a beleza do lugar.Nesse momento, o vento já tinha ajudado a tocar as cinzentas nuvens para longe deixando apenas algumas restantes que, inclusive, contribuíam para formar um belo quadro pintado pela natureza.
Passei em frente a um restaurante e parei para sondar o cardápio. Os preços dos petiscos convenceram-me a pedir somente água de coco e batatas fritas.
Um espetáculo na Lagoa dos Guaraíras.
O dia estava bastante agradável e já deviam ser para lá de 4h quando resolvi voltar para a pousada afim de pegar a moto e ir para Tibau do Sul/RN, a 8 km de Pipa. Apenas vesti um calçado mais apropriado para andar de moto e saí.Cheguei no restaurante à beira da Lagoa dos Guaraíras, em Tibau do Sul, bem a tempo de assistir ao espetáculo.
Posicionei-me, estrategicamente, e ocupei uma das mesas disponíveis. O restaurante é especializado em panquecas de diversos sabores e ingredientes e acabei pedindo uma de camarão. Daí em diante, as atividades mais “chatas” foram matar a fome e acompanhar o belo entardecer.
Com a noite se iniciando retornei rapidamente para a pousada em Pipa.
— Ótimo! Agora, banho e cama. – diria o leitor.
Eu responderia que não funciona bem assim, pois, em minhas viagens de moto o banho é a última atividade do dia. Um bom banho relaxa e depois provoca sono e estando com sono a tentação de deixar algumas obrigações para o dia seguinte torna-se irresistível, podendo levar a inevitáveis atrasos no horário da próxima partida.
Consequentemente, assim que retornei à pousada, guardei a moto no estacionamento e coloquei-me organizar alguns itens da bagagem a fim de deixar o máximo de coisas arrumadas para o dia seguinte.
Após adiantar a arrumação das malas, decidi descer para a rua central de Pipa. A avenida dos Golfinhos é a rua da badalação. Comprei um sorvete e andei por toda a sua extensão. Nela é que está localizada a maior parte dos restaurantes e barzinhos. É também o centro comercial do vilarejo e, geralmente, as lojas ficam abertas até de madrugada. Ao final, comi um sanduíche, daqueles bem rechonchudos de bacon e ovo, e voltei para a pousada.
Agora sim, banho e cama... e tudo arrumado para a próxima atração turística: Porto de Galinhas/PE.
Hotel: R$100,00.
Dicas de viagem
- Na estrada, quando começa a chover, na maior parte das vezes, não há um lugar onde possamos nos abrigar da chuva para tranquilamente colocarmos a capa de chuva. Dessa forma, é mais sensato que em dias de tempo nublado e instável o motociclista vista também a calça impermeável de chuva e não espere para fazê-lo apenas quando começar a chover. Aposto que você não vai gostar nem um pouco de terminar de vestir a roupa de chuva e já estar todo molhado por baixo. Em estradas onde as temperaturas são muito baixas, estar seco ou molhado será a diferença entre apenas passar um incômodo ou ter uma hipotermia no meio do caminho.
- Tenha sempre um cartão de memória extra para gravação das fotos e vídeos da viagem. Quem tem um só não tem nenhum. Enquanto tirava fotos no chapadão o cartão de memória começou a falhar, ou seja, não estava sendo reconhecido pela câmera. Após algum tempo “brigando” e tentando limpar a parte de contato do cartão consegui fazer com que “recobrasse a consciência” tornando a funcionar novamente. Pode até mesmo ter sido algum problema com a câmera, mas, de qualquer modo, acho que vale a dica.
- Geralmente, nesses restaurantes existentes na beira da praia, não importa se em Pipa/RN ou outro lugar, há muita oferta de pratos e porções variadas de camarão e frutos do mar. O preço não é nem um pouco atrativo e acaba sendo alto porque muitos dos turistas se dispõe a pagar o valor cobrado. Entretanto, deixo a dica ao leitor que pretenda otimizar seus gastos para que resista à tentação de comer nesses locais e opte por fazê-lo nos restaurantes mais afastados da praia, ou seja, que estejam localizados mais para dentro da cidade ou vilarejo. Gosto bastante de comer esses petiscos e, por experiência própria, sempre que procurei por opções longe da praia encontrei preço mais barato e vantajoso. É claro que um agrado a si mesmo de vez em quando não fará mal nenhum, contudo, a todo momento, não fará nada bem ao bolso.
- É possível ir à pé até a Baía dos Golfinhos para aproveitar um divertido banho de mar ao lado dos golfinhos, desde que se atente ao horário de maré alta, pois, o caminho até lá ficará intransitável em determinados momentos. Partindo-se da praia principal (praia do centro) a Baía dos Golfinhos fica a uns 500 metros de caminhada para o lado esquerdo, em direção ao norte, para Tibau do Sul.
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