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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Dia 29. Essa corrente vai acabar arrebentando


Sexta-feira, 27 de setembro de 2013.
De Maringá/PR/Brasil a Santa Rita do Sapucaí/MG/Brasil (905 km).

Aperta aqui, aperta ali. De Maringá/PR ao sul das Minas Gerais, um dia inteiro dando manutenção em uma corrente de motocicleta... Este é o relato de mais um dia na Expedição América do Sul, uma viagem de moto que fiz acompanhado do primo Pedro passando por alguns países da América do Sul durante o mês de setembro de 2013. Uma viagem extraordinária em que foram vivenciadas muitas emoções ao longo do trajeto. Passamos calor e frio, tivemos alegrias e dificuldades, momentos de tranquilidade e apreensão. Continue lendo para acompanhar a viagem.


Trajeto do dia:


Trajeto detalhado:



Já é como estar em casa

Como tínhamos alugado um quarto no andar térreo, bem em frente à recepção, onde o café era servido, então, fui acordado pelo barulho da movimentação no lado de fora e não consegui dormir mais. Saímos pelas 9h30, no sentido para Londrina.

Preciso dizer que antes de sairmos, tive que apertar a corrente que, no dia anterior, identifiquei ter ficado folgada novamente. Na revisão que faria em BH, na moto, certamente pediria ao mecânico que trocasse a corrente novamente e verificasse as peças relacionadas a fim de identificar qualquer outro problema que estivesse influenciando nesse inconveniente que já me dava trabalho desde San Pedro de Atacama/CL.


Muito bem, reta final da viagem. Apesar de meu destino final ser Belo Horizonte/MG, como tenho muitos parentes em Santa Rita do Sapucaí/MG (destino do dia), também já poderia considerar chegar em Santa Rita como estar em casa e dali até BH seria apenas um pulo. Em outras palavras, em Santa Rita é como estar na casa da avó.




Você já não apertou essa corrente?

Já havíamos passado pela cidade de Ourinhos/SP e rodado uns 400 km quando, novamente, mais um aperto precisou ser realizado na corrente. Não havia o que fazer quanto a isso. O jeito era ter paciência e aguentar a situação.

O dia estava com céu limpo e sem nuvens e, assim como em diversas outras ocasiões, não paramos para almoçar e fizemos apenas um lanche rápido quando precisei parar para dar manutenção na moto.



Já mais no fim do dia, ao final da tarde, chegando em Campinas/SP, mais uma parada para cuidar da corrente. Óhhh, vida difícil! Depois que fiz esse segundo ajuste na corrente, comentei com o Pedro que teria que começar a andar um pouco mais devagar a fim de não forçar demasiadamente a resistência da peça e evitar maiores problemas. Não estava nem um pouco disposto a voltar para casa de reboque.

“Saí de casa em cima da moto e quero voltar para lá montado nela.” Comentei com o Pedro.


"Peraí!" Sossega o facho

Já era noite quando chegamos em Campinas/SP e o que vimos não foi nada animador. Eram por volta de 6h e o trânsito se encontrava muito movimentado e congestionado. Quase parado, em alguns pontos.


Após pararmos em um posto de gasolina e pedirmos informação ao frentista conseguimos achar a saída em direção à cidade de Atibaia/SP, ou melhor, para a BR-381.


Enfim, nos desviamos para a BR-381, no sentido para BH/MG. Penso que por ser uma sexta-feira a estrada estava bastante movimenta de carros. Desde um pouco antes de chegar a Campinas/SP, eu vinha controlando o acelerador como precaução e para evitar possíveis problemas com a corrente que estava instalada na moto.

Acredito que já tínhamos passado pela cidade de Cambuí/MG quando, ao chegarmos em uma praça de pedágio, rolou mais um pequeno estresse. Notei que, desde Posadas, na Argentina, depois de trocar o pneu velho por um novo, mais apropriado para andar em asfalto, o Pedro estava frequentemente andando mais rápido do que eu. Ambos queríamos chegar logo, pois, já estávamos quase batendo a casa dos 900 km nesse dia e, então, ficou meio bravo por eu estar um pouco lento, pois, de forma precavida, não ultrapassava os 100km/h. Consequentemente, tornei a lhe dizer que era por causa da desgraça da corrente que, tenho certeza, arrebentaria se eu forçasse muito a tração da moto. Então, resmunguei, mas, não com essas exatas palavras:

“Aqui, sujeito, ou você continua na frente e me espera lá na chegada, ou sossega o facho, senão ainda vai chegar mais tarde do que imagina porque vai acabar tendo que procurar reboque pra mim se essa corrente resolver enguiçar de vez.”

Acho que, num primeiro momento, ele ficou mais furioso ainda. Contudo, a chegada estava próxima e, assim, tocamos em frente. Para aliviar a tensão, aumentei um pouco o ritmo e logo nos deparamos com a primeira placa de sinalização para Santa Rita, nosso destino final nesse dia.


Às 22h30, após mais de 900 km rodados, chegamos em Santa Rita do Sapucaí/MG. Demos a clássica volta de reconhecimento na praça central da cidade e, finalmente, batemos à porta da casa da Tia Nazira, mãe do Pedro, que muito bem nos recebeu. Na chegada, também comentou que parecíamos dois astronautas chegando de uma missão  à lua. Vindo da tia Nazira, sem dúvida, isso foi um elogio, mas, lá na Bolívia, duvido muito. (vejam o relato do Dia 17 – H-OVNI: Homem Viajante Não Identificado para saberem o que aconteceu).




Jantamos, com direito a Kafta e coalhada e, cansado, fui dormir.

Hotel: 5 estrelas, com direito a mimos da tia Nazira.




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