Domingo, 01 de setembro de 2013.
De Água Clara/MS/Brasil a Campo Grande/MS/Brasil (198 km)
Trajeto do dia:
Trajeto detalhado de Água Clara/MS a Campo Grande/MS. |
Relaxe, está tudo tranquilo
Acordei em torno das 8h, tomei café e arrumei minha bagagem. A partir daí constatei que levaria sempre uns 30/40 minutos para deixar a moto carregada para seguir viagem. Assim, um dia comum de viagem deveria contar com esse tempo extra de arrumação das malas e montagem na moto.Preparando para partir. Início com muito calor. |
Como
faltavam poucos quilômetros (198 km) até Campo Grande/MS (ponto de encontro com
o primo Pedro), dormi um pouco mais e saí 9h. A viagem foi tranquila e,
como de costume, acompanhada de muito calor e retas.
Calor e muitas retas. |
PARE,
OLHE, ESCUTE. A linha de trem cruza a rodovia.
Cuidado ao cruzar o trilho de trem. |
Quero um quarto com ar-condicionado
Assim que cheguei no hotel em Campo Grande/MS, nem esperei para passar na recepção e verificar se havia vagas disponíveis, pois, entrei direto na garagem e acomodei a moto em uma das vagas. Dias antes, já havia consultado os preços das acomodações do hotel e, havendo quarto disponível, ficaria de qualquer maneira.Garagem do hotel em Campo Grande/MS. |
Acertada
toda a burocracia, o recepcionista mostrou-me o quarto (no térreo, obviamente)
e, logo em seguida, removi os alforges e o baú da moto e acomodei-os no quarto.
Pedi um marmitex e, no meio do almoço, tomei consciência de que havia deixado a
moto debaixo de um coqueiro. Levantei na mesma hora para manobrá-la e colocá-la
em um local mais seguro (havia deixado justamente a frente da moto debaixo do
coqueiro e um painel quebrado naquele momento poderia comprometer a viagem).
Tirei
o resto do dia para descansar e atualizar os relatos no site. Realmente, estava
bastante quente e abafado, e o ar condicionado do quarto não conseguia esfriar
direito o ambiente e mantê-lo em uma temperatura mais confortável.
Havia
conseguido fazer o computador funcionar removendo sua bateria interna e deixando-o ligado
apenas na energia elétrica, torcendo para que continuasse assim: funcionando bem
e sem falhas... Caso contrário, estaria encrencado, pois, a fronteira com a
Bolívia estava próxima e, se fosse o caso, teria que tomar, rapidamente a
decisão de adquirir mais alguns cartões de memória.
O
dia foi de descanso e tranquilidade, contudo, ao anoitecer (por volta das
21h30), fiquei um pouco receoso de que pudesse ter havido algum problema com
o Pedro no caminho, pois, a rota dele era menor que a minha, até Campo Grande/MS,
e já eram 21h30 e ele ainda não havia chegado. Eu sabia que ele havia saído mais
tarde, no Sábado (31/08/2013), mas, conhecendo bem o Pedro, também estava
seguro de que ele faria essa distância facilmente nos dois dias programados para
tal (Sábado e Domingo)
Então,
também tranquilizei-me pelo fato de que, na manhã do dia anterior, numa conversa por telefone, ele comentara que atrasaria o horário da viagem por conta de
alguns acertos que restavam por fazer na moto. Assim, momentâneamente sem comunicação
com o Pedro, o máximo que poderia fazer era aguardar sua chegada.
Enquanto isso...
Muito
bem, retrocedendo algumas horas antes, naquele mesmo dia, enquanto me
recuperava do desgaste sofrido, pelo calor excessivo que peguei nos dois dias
anteriores... vejam:
Pedro em dificuldades no interior de Goiás. |
Esse
é o Pedro. “ôôô vida boa, hein, que beleza?”
...Pensava
comigo mesmo: - a "mula do Pedro teve oito meses para arrumar as coisas e deixou
tudo para a última hora e já vamos começar atrasados. Vamos precisar compensar
nos próximos dias. E eu nessas condições! Não vou conseguir voltar vivo” (num raciocínio
inexplicável, sem sentido e desespero típico dos acontecimentos de fim do mundo).
Nesse
ínterim, pelas 22h30, chega o Pedro, todo sujo, exausto, dolorido e com
algumas avarias na moto. Já adivinharam? Explicarei: pela má
sinalização, e devido às obras locais, ele se desviara da rota original, perto
de Jataí/GO. Terminou por entrar em uma estrada sem asfalto e, dadas as condições precárias do chão
de terra, acabou caindo três vezes. Na última delas, após ter batido as
costelas numa pedra, estava tão sem força para levantar a moto que acabou por
terminar debaixo de um arbusto, a esperar que alguém passasse pela estrada e o
ajudasse.
Obviamente,
que alguém ajudaria, pois, a moto ficou estirada no chão, no meio da estrada. Se
observarem bem, na foto a seguir, poderão ver a moto caída. Aquele pontinho
preto, no meio da estrada, impedindo a passagem, é a moto do cidadão.
Moto do Pedro tombada na estrada de terra. |
Queda do Pedro. |
Nesse
intervalo de reflexão, contou-me depois que também pensara algo (em tom de ironia): - “ótimo, a
besta do Gilberto me deu uma estrada de terra para passar e ainda saiu um dia
antes para descansar e ficar tranquilo... muito bem!”.
Num
último golpe de esforço, sozinho e ao fim da tarde, conseguiu levantar a moto
para continuar a viagem. Conta que assim que terminou de erguer a moto chegou
um carro, com um homem e sua família (esposa e filhos pequenos). Tomou bastante
água que lhe foi cedida e ainda encheu uma garrafa de reserva.
Família que ajudou o Pedro no interior de Goiás. |
Após
contarmos nossas experiências e percepções, pudemos revigorar o ânimo, pois, ambos
passamos por dificuldades (eu, não tanto quanto as do Pedro) e, apesar de tudo,
ainda nos mostramos empenhados em continuar. Comentei que poderíamos utilizar o
dia seguinte para que ele pudesse descansar, pois, eu já havia descansado um
pouco, porém, respondeu-me que tomaria algum remédio para dor e que, por ora, daria
para seguirmos normalmente o cronograma.
Dividimos
o quarto do hotel e pedimos pizza portuguesa para o jantar.
Acomodações do dia:
Quarto do hotel em Campo Grande/MS. |
Valor do hotel: R$60,00 (US$26,09)
Dicas de viagem
- No caso do Pedro, ele foi “lançado”, sem alternativas, para um desvio na estrada, porém, quando não for esse o caso e não tivermos muita clareza a respeito da estrada a ser seguida, pode ser bom pedir informação a algum motorista de caminhão ou funcionário de posto de gasolina, a fim de nos esclarecermos sobre as condições do caminho que queremos seguir.
- Independentemente da distância a ser percorrida numa viagem, sempre tenha algo para comer na bagagem e jamais deixe de levar água, pois, na infelicidade de precisar esperar por ajuda, pelo menos, terá o que comer e beber durante algum tempo.
- Tenha sempre em mãos algum mapa das estradas pelas quais passará (no artigo “Mapas rodoviários impressos e para GPS” abordo sobre algumas vantagens e desvantagens de se levar mapa impresso ou GPS).
SOBRE O AUTOR
Fala Gilberto, cade as noticias? ta deixando o pessoal aqui tenso!!!
ResponderExcluirGuilherme
Parabéns filho.
ResponderExcluirSiga em frente.
Ivan